Vacinação contra o HPV é aprovada na Assembleia Legislativa do Estado

Até a primeira quinzena de maio deste ano, o Governo do Amazonas pretende iniciar a vacinação de cerca de 90 mil meninas, com idade entre 11 e 13 anos, contra o Papiloma Vírus Humano (HPV), principal causador do câncer de colo de útero. O Projeto de Lei encaminhado pelo governador Omar Aziz, "que dispõe sobre a vacinação da população feminina do sexo masculina, na faixa etária específica, matriculadas na rede pública estadual, municipal e privada de ensino, com a vacina antipapilomavírus humano", foi aprovado na última terça-feira, dia 13 de março, na Assembleia Legislativa do Amazonas, por unanimidade, e retorna ao executivo para ser sancionado pelo governador.
O prazo foi dado pelo secretário Estadual de Saúde, Wilson Alecrim. Segundo ele, a Secretaria de Estado da Saúde (Susam) já está trabalhando na elaboração do Projeto Básico para encaminhá-lo à Comissão de Licitação (CGL) que vai escolher, por meio de pregão eletrônico, a empresa que irá fornecer as vacinas ao Estado. O Amazonas será o primeiro Estado do Brasil a oferecer a vacina gratuita, hoje somente disponível em clínicas particulares.
A meta é vacinar, inicialmente, 90 mil meninas nas escolas da rede de ensino estadual e municipal, da capital e do interior e, também, da rede particular. “Estamos trabalhando no planejamento da logística de aplicação das vacinas, que está envolvendo, além da Susam, a Secretaria Estadual de Educação (Seduc), a Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), e as secretarias de saúde e educação dos municípios do interior do Estado”, observou Wilson Alecrim.
Ele informou que nesta terça-feira foi realizada reunião, onde foi montada uma agenda de trabalho, já em execução, para cumprimento das etapas. “Em no máximo 60 dias, iniciamos a primeira dose. Trinta dias depois, ministraremos a segunda e, seis meses depois, a terceira e última dose necessária para a imunização contra o HPV”.
A licitação será em nível nacional, uma vez que a vacina é produzida no exterior, porém embalada no Brasil. Serão adquiridas 270 mil doses, sendo, 90 mil para cada etapa. A estimativa de gastos com a aquisição dessa quantidade de vacinas é de R$ 12.195.000, sem os custos operacionais do processo de vacinação nas escolas.

Secretária Waldívia Alencar no lançamento
da
Campanha de vacinação contra o HPV

O principal objetivo da vacina é prevenir o câncer de colo de útero, o tipo mais frequente entre a população feminina do Estado e também da região Norte, enquanto em outras regiões predomina o de mama. O Amazonas é o primeiro Estado do País em prevalência da doença. O Human Papiloma Virus (HPV) ou Papiloma Vírus Humano, em português, está presente em 90% dos casos de câncer de útero registrados no Estado.
Secretaria Executiva da Mulher – Presente no evento, a secretária de Governo, Rebecca Garcia, ressaltou que, além da vacinação contra o HPV, o governador Omar Aziz está criando a Secretaria Executiva de Políticas Públicas para as Mulheres. O novo órgão, que estará ligado administrativamente à Segov, vai reunir todas as políticas públicas e serviços voltados para a população feminina.
Segundo Rebecca, o órgão vai canalizar os recursos disponíveis na Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres, que são específicos para esta área. “A secretaria nacional, que tem status de ministério, tem recursos que só podem ser repassados para um órgão do governo com esta finalidade e o Amazonas perdia recursos federais na área de política para mulher por ainda não ter esse órgão”, justificou Rebecca.
Preocupada com o alto índice de incidência desta doença principalmente entre as mulheres, a Secretária de Estado de Infraestrutura, Waldívia Alencar, determinou à sua Assessoria de Comunicação que reproduzisse a matéria veiculada pela AGECOM, acrescentando um anexo contendo informações sobre o HPV, como as formas de contágio, prevenção, sintomas e tratamento, dentre outros, para orientar os servidores da Seinfra contra esta doença:

HPV – Prevenção
Vacina
Foram desenvolvidas duas vacinas contra os tipos de HPV mais presentes no câncer de colo do útero. Essa vacina, na verdade, previne contra a infecção por HPV. Mas o real impacto da vacinação contra o câncer de colo de útero só poderá ser observado após décadas. Uma dessas vacinas é quadrivalente, ou seja, previne contra quatro tipos de HPV: o 16 e 18, presentes em 70% dos casos de câncer de colo do útero, e o 6 e 11, presentes em 90% dos casos de verrugas genitais. A outra é específica para os subtipos de HPV 16 e 18.
É fundamental deixar claro que a adoção da vacina contra o HPV não substituirá a realização regular do exame de citologia, Papanicolau (preventivo).
A vacina contra o HPV é mais uma estratégia possível para o enfrentamento do problema e um momento importante para avaliar se há existência de DST. Ainda há muitas perguntas sem respostas relativas à vacina do HPV:

A vacina do HPV só previne contra as lesões pré-cancerosas ou também contra o desenvolvimento do câncer de colo de útero? Qual o tempo de proteção conferido pela vacina do HPV? Levando-se em conta que a maioria das infecções por HPV é facilmente debelada pelo sistema imunológico, como a vacinação afeta a imunidade natural contra o HPV? Como a vacina afeta outros tipos de HPV associados ao câncer de colo de útero e condilomas (verrugas)?

A vacina do HPV funciona estimulando a produção de anticorpos específicos para cada tipo de HPV. A proteção contra a infecção vai depender da quantidade de anticorpos produzidos pelo indivíduo vacinado, a presença destes anticorpos no local da infecção e a sua persistência durante um longo período de tempo.
A duração da imunidade conferida pela vacina do HPV ainda não foi determinada, principalmente pelo pouco tempo em que é comercializada no mundo, desde 2007. Até o momento, só se tem convicção de cinco anos de proteção. Na verdade, embora se trate da mais importante novidade surgida na prevenção à infecção pelo HPV, ainda é preciso delimitar qual é o seu alcance sobre a incidência e a mortalidade do câncer de colo do útero.
O que é HPV?
O HPV é um condiloma acuminado, conhecido também como verruga genital, crista de galo, figueira ou cavalo de crista, é uma doença sexualmente transmissível (DST) causada pelo Papilomavírus humano (HPV). Atualmente, existem mais de 100 tipos de HPV – alguns deles podendo causar câncer, principalmente no colo do útero e do ânus. Entretanto, a infecção pelo HPV é muito comum e nem sempre resulta em câncer. O exame de prevenção do câncer ginecológico, o Papanicolau, pode detectar alterações precoces no colo do útero e deve ser feito rotineiramente por todas as mulheres.
Não se conhece o tempo em que o HPV pode permanecer sem sintomas e quais são os fatores responsáveis pelo desenvolvimento de lesões. Por esse motivo, é recomendável procurar serviços de saúde para consultas periodicamente.
Causas
A principal forma de transmissão do vírus do HPV é pela via sexual. Para ocorrer o contágio, a pessoa infectada não precisa apresentar sintomas. Mas, quando a verruga é visível, o risco de transmissão é muito maior. O uso da camisinha durante a relação sexual geralmente impede a transmissão do HPV, que também pode ser transmitido para o bebê durante o parto.
Sintomas de HPV
A infecção pelo HPV normalmente causa verrugas de tamanhos variáveis. No homem, é mais comum na cabeça do pênis (glande) e na região do ânus. Na mulher, os sintomas mais comuns do HPV surgem na vagina, vulva, região do ânus e colo do útero. As lesões do HPV também podem aparecer na boca e na garganta. Tanto o homem quanto a mulher podem estar infectados pelo vírus sem apresentar sintomas.
Tratamento de HPV
Na presença de qualquer sinal ou sintoma do HPV, é recomendado procurar um profissional de saúde, para o diagnóstico correto e indicação do tratamento adequado para o HPV.

AGECOM/ASSESSORIA/SEINFRA