Governo do Estado inaugura o primeiro trecho da AM-070
O governador do Amazonas, José Melo, inaugurou nesta sexta-feira, 21, o primeiro trecho dos 78 quilômetros de duplicação da rodovia Manuel Urbano, a AM-070, que interliga Manaus aos municípios de Iranduba, Manacapuru e Novo Airão. Inúmeras autoridades estiveram presentes ao evento.
O primeiro trecho inaugurado tem onze quilômetros de extensão, com início nas proximidades do Cacau Pirera, até a entrada da sede de Iranduba, onde fica o retorno que dá acesso à sede do município.
Em seu discurso, o governador afirmou que a entrega deste trecho representa aspectos positivos à economia de Iranduba e arredores, atraindo investidores de todos os ramos, principalmente do campo imobiliário. “Quando a via estiver totalmente concluída daremos um salto na atividade econômica, pois a via se tornará segura para escoar a produção, assim como para expansão imobiliária, comercial e industrial”, afirmou.
O senador Omar Aziz citou o esforço da secretaria de Estado de Infraestrutura, Waldívia Alencar, para o andamento da obra e lembrou que se os trabalhos não avançaram mais foi porque houve problemas ligados à questão ambiental e ao patrimônio histórico. Ele também enfatizou que a obra não será positiva apenas para o trânsito, mas para melhorar a atividade econômica dos municípios do Purus.
A titular da Seinfra, Waldívia Alencar, também ressaltou que a conclusão da via permitirá o escoamento mais fácil da produção dos municípios das regiões do Médio Solimões, Purus e Juruá. “Após as obras serem concluídas, a economia dos municípios interligados será beneficiada diretamente e, isso, favorece o Estado como um todo”, resumiu.
Ainda segundo ela, o serviço incluiu o conceito de sustentabilidade ao utilizar o processo de reciclagem, com uso d eparte do material antigo da estrada na nova base. O novo pavimento da AM-070 segue todas as normas técnicas para esse tipo de serviço, com reforço estrutural feito, por meio de um processo de modificação do solo no qual se adiciona uma mistura de solo e cimento e reforço de camada com pedras e envelopamento dos elementos de drenagem com areia e material geosintético.
Sítios arqueológicos – A questão do patrimônio público foi um dos principais desafios para execução da obra. O ritmo planejado para as intervenções teve que ser reduzido em razão de alguns sítios arqueológicos que foram encontrados ao logo da estrada.
Ao longo da estrada, 21 sítios arqueológicos foram encontrados pela equipe da Seinfra, sendo que dois foram identificados ao longo do primeiro trecho da obra. “Assim que encontramos os sítios, isolamos e colocamos a equipe de arqueólogos para estudar a área e identificar as cerâmicas. Enviamos o relatório ao Iphan, e ficamos aguardando a liberação”, lembrou a secretaria.
O trâmite para liberação do licenciamento das obras pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) envolve três etapas: diagnóstico, prospecção e resgate. Em todas essas etapas há a necessidade de elaboração de projeto, análise do Iphan, emissão de portaria, execução do projeto por parte da equipe de arqueólogos, entrega de relatório ao Iphan e análise do referido relatório, o que leva tempo. Porém, o Instituto possui apenas uma servidora que atende toda a região.
A Seinfra protocolou seis documentos no Iphan com pedidos para prospecção em superfície; resgate do Sítio arqueológico e monitoramento e resgate da AM -070. O primeiro foi entregue no dia 12 de março de 2013 e o último 6 de abril de 2015. O tempo de análise dos projetos variou de 28 dias até 182.
Atualmente, o Iphan liberou mais 15 quilômetros para serem trabalhados pelo Governo do Estado, do total de 78.
O projeto
O investimento em toda a extensão da obra (78 quilômetros), responsabilidade do Governo do Estado, é R$224 milhões com financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento e Social (BNDES).
O projeto das pistas da AM -070 prevê duas faixas com 7,10 metros de largura e um acostamento de 2,30 metros para cada lado, totalizando uma largura de 18,80 metros, além da iluminação de toda extensão da rodovia, restauração de pintura, jateamento e a duplicação das pontes sobre o rio Miriti e o rio Ariaú.
O trecho conta com bueiros e galerias e a sinalização horizontal e vertical, com a colocação inclusive de “olho de gato”, sinalização afixada no leito da pista que facilita a visão noturna.
A empresa responsável pela obra, a Construtora ETAM, manteve uma média de 500 homens trabalhando diariamente no trecho, operando retroescavadeiras, motoniveladoras, rolos compactadores lisos e pés de carneiro, tratores e caminhões basculantes, dentre outras.
Os trabalhos continuam em direção ao quilômetro 26, que é o trecho liberado pelo Iphan.