Desapropriações limitam o andamento das obras do Igarapé do Bindá

            A Secretaria de Estado de Infra-Estrutura (SEINF) informou ontem que o trecho do Igarapé do Bindá que transbordou na última quarta-feira, 11, por conta da forte chuva que atingiu a cidade – com mais de 60 milímetros de precipitação-, ainda não está recebendo nenhum tipo de obra, por conta da questão envolvendo o processo de desapropriação de pelo menos quatro condomínios existentes no local, exatamente na área de influência do trabalho projetado para o igarapé.
           O igarapé do Bindá receberá obras de requalificação urbanística e ambiental em uma extensão de 1.040 metros, entre as ruas Pires de Carvalho e a 13 A, nas proximidades do muro da UNIP, a Universidade Paulista.
           O projeto a ser implantado – e já em andamento-, prevê o desassoreamento do leito do canal do igarapé, retificação e alargamento, construção de muro de contenção lateral em gabião (processo construtivo com pedras em bloco confinadas em gaiolas metálicas) e uma via margeando todo o lado esquerdo do igarapé, com revestimento asfáltico, meio-fio e sarjeta, além de iluminação de todo o trecho trabalhado.
         A descontinuidade verificada em parte da obra do igarapé do Bindá deveu-se exatamente à questão da localização dos condomínios Jauaperi, Giardino Di Milano e La Villette.
         O primeiro trecho, na área conhecida como Suvaco da Cobra, com cerca de 200 metros de extensão, onde as desapropriações foram feitas sem nenhum problema e as casas foram retiradas de imediato, as obras avançaram com a terraplenagem. “Esse trecho já está bem adiantado”, informou o secretário Orlando Mattos Junior. O grande obstáculo que nós estamos enfrentando, continuou, “é exatamente onde estão situados estes condomínios, onde a SUHAB está encontrando alguma dificuldade para proceder à desapropriação, por conta dos valores envolvidos”.
          “Nós não podemos simplesmente invadir o terreno dos condomínios. Há um processo legal em andamento que deve ser obedecido e tão logo essa questão seja solucionada nós estaremos retomando o ritmo normal da obra” reforçou o secretário.
           Trecho alagado – O secretário Orlando Mattos Junior acrescentou que a retificação do canal do igarapé do Bindá tem por objetivo exatamente evitar o transbordamento do igarapé e as alagações, destacando que, como a obra ainda está em andamento, esse objetivo ainda não foi alcançado. Ele reforçou a informação de que o problema verificado na última quarta-feira ocorreu em razão de que o conjunto de intervenções para aquele igarapé ainda estão em fase de implantação.
          A empresa responsável pela obra está no local, mesmo estando impedida de trabalhar, em ritmo normal, por absoluta falta de frente de obra.
          Prazo da obra – a Secretaria de Infra-Estrutura destacou ainda que, embora o contrato da obra tivesse uma previsão de início dos trabalhos em julho do ano passado, isso não ocorreu em razão de que o processo de desapropriação e retirada das casas nunca ocorre com a mesma velocidade requerida. Como as obras só podem ser realizadas após a retirada das casas, é óbvio que sempre ocorre um retardamento do cronograma inicial.
          Mesmo assim, o Governo do Estado está tomando todas as medidas no sentido de que a obra avance e cumpra com o seu objetivo.